segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Chuva e poesia


Que janeiro molhado esse! É água pra todo lado, levando tudo, deixando rastros de desespero. Preciso de uma pausa. Vou buscar o sol e o sonho na poesia de Mário Quintana.

"Se as coisas são inatingíveis... ora!

Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
(Das Utopias, Mário Quintana)

Os Poemas

Os poemas são pássaros que chegamnão se sabe de onde e pousam no livro que lês.Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti... (
Mario Quintana - Esconderijos do Tempo)

Pequeno esclarecimento

Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.

Mário Quintana - A vaca e o hipogrifo

Nenhum comentário:

Postar um comentário